Stress: O que é, Estatísticas, Sintomas, Causas, Tipos e como tratar
Você sabe o que é o stress? Nos dias atuais, esse problema é cada vez mais comum nas pessoas e estas palavras caíram no vocabulário diário. É importante compreender do que se trata e quais são as consequências desse mal. Descubra abaixo todos os sintomas e tratamentos do problema para poder preveni-lo, se necessário, procurar auxílio médico.
O nome “stress” também pode levar vários significados, como, por exemplo, as consequências de ficar constantemente nesse estado. Além disso, muitos estudiosos criaram diferentes teorias sobre o assunto.
O primeiro a datar o problema foi Hans Selye, que estudava as reações do organismo aos mais diversos estímulos e buscava, não estudar as doenças em específico, mas estudar o ato de adoecer. Como o organismo chegava nesse ponto.
Pode compreender-se como stress, o entrar no estado de alerta ou as consequências de ficar nessa situação, havendo várias linhas e modelos, registrando as causas e maneiras do stress surgir na vida de algum indivíduo.
“A resposta ao estresse é resultado da interação entre as características da pessoa e as demandas do meio, ou seja, as discrepâncias entre o meio externo e interno e a percepção do indivíduo quanto a sua capacidade de resposta.” Descrição de Regina Margis, psiquiatra.
O que é o Stress?
Stress é um estado de hiperactividade emocional. A alteração na homeostase do organismo dá-se devido a libertação de uma alta quantidade de adrenalina, o que acaba causando alterações, em todos os sistemas do organismo humano.
Trata-se de um estado de alerta no ser humano, geralmente por factores externos, como alguma situação perigosa (não necessariamente o risco de vida, mas o perigo de perder o emprego, por exemplo).
Este tipo de situações também podem aumentar os níveis de ansiedade, bem como, os níveis de insónia e pode fazer com que determinados tipos de pessoas comecem a Procrastinar.
Se esses factores externos forem muito traumáticos, em alguns casos também desencadear alguns tipos de depressão.
Nesse estado o indivíduo liberta doses de adrenalina no organismo. Essa adrenalina acarreta diversos efeitos como mudanças nos sentidos, no metabolismo e em todas as funções biológicas, aumentando assim a atenção e causando um certo desconforto, onde não é possível relaxar, mas a intensidade dos sintomas podem variar, conforme os tipos de stress.
É aí que entra o problema. Muitas pessoas permanecem nesse estado e não voltam ao natural. Essa situação, durante um grande período de tempo, pode causar fortes danos no organismo ao ponto de se tornar irreversível em alguns aspectos.
As alterações hormonais provocadas pelo stress prejudicam o equilíbrio corporal. Esse efeito ocorre principalmente pelas alterações na concentração de algumas substâncias no sangue.
Dentre as mudanças mais significativas está o aumento do cortisol, esse hormónio em quantidades acima do padrão, causa inibição do sistema imunitário e deixa o corpo mais vulnerável a infecções.
Além disso, devido ao constante estado de hiperactividade, o risco do desenvolvimento de doenças crónicas como cancro, acabam por ser aumentadas.
O Stress não é simplesmente uma sensação, é uma resposta física e corporal que gera um desequilíbrio e, consequentemente, um desgaste físico.
Estatísticas
Portugal é o país com maior nível de stress na Europa. Cerca de 59% da população inserida no mercado de trabalho relatou sofrer, segundo a agência europeia de segurança e saúde no trabalho.
De acordo com dados da International Stress Management Association que é uma organização internacional dedicada ao tema do stress. O nível do problema no Brasil chega ao extremo, sendo o segundo país com maior ocorrência da situação à volta do mundo.
De cada 10 brasileiros activos no mercado de trabalho, cerca de 9 apresentam sintomas de stress, desde os níveis mais baixos até os mais altos. Sendo que entre esses 9, cerca de 47% apresentam sintomas de depressão e outros transtornos mais graves.
Os transtornos mentais são a segunda maior causa de afastamento dos empregos e os gastos com esses problemas estão cada vez mais altos.
Como se não bastasse a situação, a Organização Mundial da Saúde divulgou que uma entre cada 4 pessoas, sofrerá com algum tipo de transtorno psicológico em algum momento da vida. Não necessariamente grave, mas deixando claro como actualmente não existe preparação suficiente para manter a saúde mental das pessoas.
Apesar de toda essa situação, apenas 18% das empresas possuem um programa que zela pela saúde mental de seus funcionários, sendo que 46% de empresas de médio e grande porte não pretendem investir no assunto.
Dentre os 18% que investem, cerca de 54% apenas organizam palestras sobre o tema para manterem os funcionários informados, sendo que apenas 5% contam com psicólogos da própria empresa para atendimento.
Em 2012 a OMS divulgou que cerca de metade da população mundial, sofre ou já sofreu de stress, em níveis altos e muito prejudiciais.
As Respostas do Corpo ao Stress
Você deve conhecer bem os efeitos desse estado emocional na vida do indivíduo. Eles são subdivididos em três categorias básicas.
1 – Efeitos Cognitivos
A primeira reação do indivíduo, é avaliar a gravidade da situação provocadora da tensão, a partir de então é desencadeada uma resposta de proteção. Logo, o indivíduo passa a procurar uma maneira de lidar com o problema.
2 – Efeitos Fisiológicos
A resposta fisiológica ao stress é um estado de luta ou fuga desencadeado pelo Sistema Nervoso Autónomo. As pupilas são dilatadas, o batimento cardíaco é acelerado, o cérebro fica hiperativo, a pessoa fica pronta para uma situação de emergência.
3 – Efeitos no Comportamento
Estas são as consequências mais visíveis em casos de stress. A fisionomia do indivíduo fica alterada e o seu comportamento acaba por mudar, a sua atitude é de enfrentamento.
Como você pode imaginar, as respostas variam de indivíduo para indivíduo, podendo ser mais exacerbadas nuns do que noutros. Por causa das alterações corporais promovidas pelos eventos estressores, alguns danos podem ser causados à saúde das pessoas que vivem constantemente nesse estado de hiperatividade.
Sintomas do Stress
- Indução de adrenalina no organismo
- Mudanças no metabolismo
- Aumento nas funções dos 5 sentidos
- Sensação de desconforto, o que incapacita o indivíduo de relaxar
- Corpo e mente ficam em estado ativo além do normal
- Reflexos mais aguçados
- Perda de apetite
- Alterações emocionais
O comum seria entrar nesse estado, resolver a situação e depois voltar ao normal. O seu metabolismo não consegue entrar num estado regenerativo e restaurador quando você está no estado de stress. Quando a situação é constante surgem uma série de disfunções.
Quando você come ou se magoa, o seu organismo prepara-se para acções específicas, para enviar nutrientes ou preparar a reparação. O estado de stress atrapalha todos esses processos, podendo afectar até mesmo o sono, onde ocorrem as reparações psíquicas.
Esse estado constante do problema pode ser chamado de síndrome de stress. Os sintomas da síndrome são:
- Disfunções biológicas
- Disfunções psíquicas
- Perda de apetite
- Perda de interesse nas atividades
- Dificuldade em dormir
- Dificuldade em se relacionar
- Incapacidade de trabalhar
- Trocas de humor constante
- Ataques de irritação
- Perda de atenção, concentração e foco
Nos níveis mais graves e em pessoas propensas a isso podem até mesmo ocorrer ataques cardíacos. Para tal seria necessário uma série de fatores, um desencadeando o outro, mas o stress, sem sombra de dúvida, colabora e muito nesse processo.
Pessoas com tendências a transtornos de personalidade, também o podem ter. O stress também pode facilitar o surgimento dos transtornos. Os problemas correlacionam-se e se não forem tratados, fica difícil saber quando surgiram e qual está causando que efeitos.
Os Stress pode levar a Perturbações do Sono, tais como insónias, Pode levar à Perturbação Depressiva, bem como a algum tipo de Ansiedade.
Causas do Stress
Pode ser causado por diversos factores, não necessariamente a curto prazo. O fenómeno não é unicamente físico ou psicológico, mas geralmente o factor causador é alguma situação externa.
Entre as causas estão:
- Ingestão de remédios que podem causar stresse como efeitos colaterais
- Ingestão de substâncias estimulantes como cafeína
- Ingestão de drogas como álcool
- Abstinência
- Hábitos ruins
- Situação traumática como um acidente
- Estar diante de uma situação preocupante como a perda de um relacionamento
- Situação perigosa como a perda de um emprego ou situação de risco de vida
- Ambiente inadequado
- Iluminação e som inadequado
- Outros transtornos podem desencadear o stress
- O stress pode desencadear outros transtornos
Em especial a expressão “ambiente inadequado” está presente em quase todos os ambientes profissionais, com uma situação de trabalho e condições altamente stressantes que fazem as pessoas adoecer.
A questão da iluminação e do som também. É comum sermos expostos a estímulos grosseiros de som e luzes no nosso quotidiano. Um exemplo claro disso, é que possuímos um nível de audição em que qualquer som que ultrapasse, pode gerar efeitos prejudiciais à nossa saúde e, embora não percebemos o som nas ruas, esses sons podem ultrapassar essas frequências.
Para pessoas que trabalham dentro de fábricas com barulhos altos ou com iluminação inadequada, a situação é agravada. Outro fator é que empresas costumam ser ambientes muito fechados, causando alta sensação de desconforto. Tudo isso constantemente podem desencadear problemas.
Não é nem preciso ir tão longe. Os estímulos da mídia, na TV e internet podem ser prejudiciais se em volumes altos, além dos estímulos visuais excessivos que também desencadeiam o stress.
Tipos de Stress
Os tipos e modelos de stress variam conforme as classificações oficiais e teorias de estudiosos. Vale ressaltar que ao tratando-se das teoria, são complementares, e não excludentes.
Nos modelos de Selye, os factores stressores podem ser:
- Biógrafos críticos: Acontecimentos em situações específicas que requerem tratamento e reconstituição.
- Traumáticos: São como os biógrafos críticos, mas com um nível muito mais alto.
- quotidianos: Aqueles que não são tão intensos, mas são frequentes e cumulativos.
- Crónicos: Quando o indivíduo sofre os sintomas do stress constantemente, muitas vezes ficando nesse estado a maior parte de seu dia.
A Associação Americana de Psicologia define 3 tipos de stress, não diferindo muito do modelo de Selye.
- O stress agudo: Quando alguma situação ocorre e eleva o nível para um ponto alto, causando os sintomas.
- Stress agudo episódico: Igual o stress agudo, mas as situações se repetem, o que leva ao próximo estágio.
- Stress crónico: Nesse ponto o indivíduo fica a maior parte do tempo nesse estado, sofrendo todos os sintomas, podendo haver consequências gravíssimas para sua saúde.
O stress pós-traumático pode ser classificado como stress agudo, a diferença é que a situação é muito mais crítica e pode desencadear o crónico, se não houver um acompanhamento médico adequado.
Modelo cognitivo
O modelo cognitivo, de Lazarus, define que o stress não é apenas definido por valores externos, mas por valores e padrões internos.
- Juízo primário: Ocorrem modificações que são necessárias para o bem-estar, onde o indivíduo precisa se adaptar. Se o contexto geral for irrelevante ou positivo para o indivíduo, não sofre o stress e nenhum dos seus sintomas.
- Juízo secundário: Ocorre depois da decisão de modificação. Se a situação estiver favorável ao indivíduo ou for equilibrada, os sintomas não são negativos (é o stress natural e saudável) se tudo estiver desfavorável, o indivíduo sofre dos sintomas do stress por longos períodos ou episódios, o que afeta a saúde.
Teoria da manutenção
Segundo a teoria da manutenção de Hobfoll e seu grupo de pesquisa, o ser humano tem a necessidade de manter os seus recursos pessoais e a necessidade de gerar novos. Define-se como recursos não apenas o material, mas também os relacionamentos, posições, cargos, títulos e outros factores.
O stress surge quando:
- Existe uma ameaça que comprometa os seus meios, incluindo a integridade física, por exemplo.
- Ocorre uma perda real dos meios, incluindo a perda de um relacionamento.
- A conquista de novos meios não tem sucesso e as expectativas não são atendidas.
Como Tratar o Stress
Sem sombras de dúvidas é uma situação muito grave para não ser tratada. É necessário o auxílio médico.
É comum que no dia-a-dia surjam episódios de raiva, estimulantes e “stressantes” no sentido amplo da palavra, mas isso não o caracteriza como síndrome e mesmo que a palavra tenha caído no vocabulário popular, não se pode confundir as coisas.
Ao compreender que o stress mexe com todas as funções metabólicas e biológicas do organismo, além de processos psicológicos, fica claro que o assunto é grave demais para ser ignorado.
Irritações simples em casas e episódios que te deixam em estado de stress podem ser tratadas com descansos, banhos quentes e bebidas calmantes.
Se a situação for episódica procure o auxílio de um psicólogo. O tratamento pode ajudar a tratar a causa diretamente e não apenas os efeitos com medicamentos. Principalmente em situações traumáticas ou crónicas.
Se os efeitos forem muito evidentes no corpo, procure o auxílio de psiquiatras, que podem indicar os medicamentos adequados para auxiliar tanto no tratamento quanto nos efeitos.
Tratamentos alternativos como meditações, actividades físicas e actividades do agrado do indivíduo, como arte, podem ajudar muito a resolver a questão, mas isso não exclui o auxílio médico. Tudo pode se complementar.
No caso do que sente no dia a dia, onde o indivíduo tem de lidar com o que lhe causa os sintomas todos os dias, é necessário o acompanhamento psicológico e decidir se vale a pena continuar com esse hábito ou se é melhor deixá-lo. Já que muitas vezes trata-se de algo profissional e não existem condições de abandonar o emprego, pelo menos no período actual.
Não deixe de cuidar da sua saúde
Agora que você já conhece os sintomas e as causas do stress, cuide mais de sua saúde para evitá-lo, procurando acima de tudo a prevenção. Se notar que possui os sintomas, ainda mais se forem frequentes, será necessário o auxílio de um profissional.
Esse mal que já atinge o mundo todo e é considerado por muitos o mal do século, pode vir acompanhado de outros transtornos como depressão, sendo inclusive um sintoma e não a causa de tudo.
Mantendo hábitos saudáveis, zelando pela sua integridade mental, com certeza conseguirá evitar o stress e outros problemas de ordem psicológica que o podem vir a prejudicar.
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Referências
Revisto por: Drª Sandra Correia – Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Margis, R. Picon, P. Cosner, A. & Silveira, R. (2003). Relação entre estressores,estresse e ansiedade. Revista de Psiquiatria. RS, 25′(suplemento 1): 65-7
Arantes, M & Vieira, M. (2006). Stress: Clínica Psicanalítica. Editora: Casa do Psicólogo
Simmon, R. (2000). Stress. Editora: Guias Ágora
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